domingo, 31 de julho de 2016

RESUMO

O livro aproveita a estrutura dos contos clássicos para problematizar a desobediência e questionar a autoridade. Nas histórias, animais vivenciam situações de inconformismo, piedade e indignação. Ora um dromedário sente-se ofendido ao ser chamado de camelo por um palestrante, ora um jovem leão revolta-se contra o adestrador, ora um cavalo - preso em uma ilha com outros tantos cavalos passivos - clama em voz uníssona por liberdade. Fantasioso, mas ao mesmo tempo sobre o pano de fundo da realidade, o livro não poupa as crianças. 

O escritor francês Jacques Prévert encampa um discurso provocativo, em histórias cujos personagens são animais. Ora um dromedário sente-se ofendido ao ser chamado de camelo, ora um jovem leão revolta-se contra o adestrador, ora um cavalo clama em voz uníssona por liberdade. Os bichos de Prévert não são como os da maioria das histórias infantis - ingênuos, politicamente corretos e obedientes. As sintéticas ilustrações de Fernando Vilela aproximam o abstrato e o figurativo, espelhando a densidade do livro e adentrando o registro das artes plásticas.


O projeto gráfico explora a linguagem de cartaz, uma referência direta a outro momento da história política francesa: Maio de 68. Um livro para crianças impossíveis ficarem ainda mais 'impossíveis', para desespero - ou orgulho - de pais e professores.





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