domingo, 31 de julho de 2016
PRIMEIRA EDIÇÃO
JACQUES PRÉVERT, EM 1947 LANÇOU O LIVRO CONTOS PARA CRIANÇAS IMPOSSÍVEIS, QUE PROBLEMATIZA A dEsOBeDiÊNciA E QUESTIONA A AUTORIDADE.
BIBLIOGRAFIA
[1] ANDRADE,
Carlos Drummond de. Poesia traduzida, São Paulo, Cosac Naify, 2011, p. 292-307.
[1] PRÉVERT,
Jacques. Poemas. Tradução e seleção de poemas Silviano Santiago. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1996.
PRÉVERT, Jacques. Dias de folga Tradução Carlito Azevedo. São Paulo,
Cosac Naify, 2004.
[1] ALMEIDA FILHO, Eclair Antonio. Jacques
Prévert e a poética do movimento. 2006. 175f. Tese (Doutorado em Literatura Francesa) –
Faculdade de Filosofia, Letras
e Ciências Humanas, Universidade
de São Paulo, São Paulo, 2006.
[1] LARANJEIRA, M. In: Poética da Tradução. São Paulo, EDUSP,
1993.
RESUMO
O livro aproveita a estrutura dos contos clássicos para problematizar a desobediência e questionar a autoridade. Nas histórias, animais vivenciam situações de inconformismo, piedade e indignação. Ora um dromedário sente-se ofendido ao ser chamado de camelo por um palestrante, ora um jovem leão revolta-se contra o adestrador, ora um cavalo - preso em uma ilha com outros tantos cavalos passivos - clama em voz uníssona por liberdade. Fantasioso, mas ao mesmo tempo sobre o pano de fundo da realidade, o livro não poupa as crianças.
O escritor francês Jacques Prévert encampa um discurso provocativo, em histórias cujos personagens são animais. Ora um dromedário sente-se ofendido ao ser chamado de camelo, ora um jovem leão revolta-se contra o adestrador, ora um cavalo clama em voz uníssona por liberdade. Os bichos de Prévert não são como os da maioria das histórias infantis - ingênuos, politicamente corretos e obedientes. As sintéticas ilustrações de Fernando Vilela aproximam o abstrato e o figurativo, espelhando a densidade do livro e adentrando o registro das artes plásticas.
O projeto gráfico explora a linguagem de cartaz, uma referência direta a outro momento da história política francesa: Maio de 68. Um livro para crianças impossíveis ficarem ainda mais 'impossíveis', para desespero - ou orgulho - de pais e professores.
sábado, 30 de julho de 2016
A RECEPÇÃO DE PRÉVERT NO BRASIL
Os poemas do escritor
francês Jacques Prévert (1900-1970),
foram traduzidos pela primeira vez no Brasil por Carlos Drummond de
Andrade, que os publicou no Correio da
Manhã de 30 de outubro de 1949. Posteriormente, a partir de 1990 sua obra
poética traduzida para o português é ampliada, assim como os estudos acadêmicos
sobre o poeta. Os poemas de Prévert contam com uma linguagem informal,
o poeta sugere com sua linguagem uma subversão das exigências textuais comuns à
sua época.
Observa-se que os estudos feitos sobre a obra poética
de Jacques Prévert enriqueceram não só o material crítico do poeta no Brasil,
mas também corroboraram para a ampliação de suas obras traduzidas para o
português, possibilitando a aproximação da sociedade ao poeta estudado, à
poesia e à leitura propriamente dita.
quarta-feira, 27 de julho de 2016
ALEXANDRE BARBOSA - O TRADUTOR
Alexandre Barbosa de Souza (São Paulo, 1972) é poeta (Livro geral, Companhia das Letras; Edifício Beatriz, com desenhos de Rafael Campos Rocha; Dix & Bisteca, com colagens de Rita Vidal, Companhia das Letrinhas), escritor da autobiografia de um super-herói (com ilustrações de andrés sandoval, hedra, 2001), tradutor (Moby-Dick, Alice através do espelho, A bicicleta epiplética, Contos para crianças impossíveis, entre outros), foi editor das revistas independentes Meia de Seda, Azougue e Ácaro e, profissionalmente, desde 1995, nas editoras 34, Cosac Naify, Hedra e Biblioteca Azul. Sócio-fundador da Cachalote Produções Artísticas, com Rafel Coutinho.
terça-feira, 26 de julho de 2016
A RECEPÇÃO DE PRÉVERT NO BRASIL
Os poemas do escritor
francês Jacques Prévert (1900-1970),
foram traduzidos pela primeira vez no Brasil por Carlos Drummond de
Andrade, que os publicou no Correio da
Manhã de 30 de outubro de 1949. Posteriormente, a partir de 1990 sua obra
poética traduzida para o português é ampliada, assim como os estudos acadêmicos
sobre o poeta. Os poemas de Prévert contam com uma linguagem informal,
o poeta sugere com sua linguagem uma subversão das exigências textuais comuns à
sua época.
Observa-se que os estudos feitos sobre a obra poética
de Jacques Prévert enriqueceram não só o material crítico do poeta no Brasil,
mas também corroboraram para a ampliação de suas obras traduzidas para o
português, possibilitando a aproximação da sociedade ao poeta estudado, à
poesia e à leitura propriamente dita.
OS CAPÍTULOS
A Avestruz
Cena da vida dos antílopes
O dromedário descontente
O elefante-marinho
A ópera das girafas
Cavalo numa ilha
Jovem leão na jaula
Os primeiros burros
Contos em francês
Mini-biografia dos autores
Cena da vida dos antílopes
O dromedário descontente
O elefante-marinho
A ópera das girafas
Cavalo numa ilha
Jovem leão na jaula
Os primeiros burros
Contos em francês
Mini-biografia dos autores
domingo, 24 de julho de 2016
MUDANÇA NA LEITURA DO POETA
A recepção de sua obra, durante os últimos sessenta anos, conheceu processos de transformação, refletindo as mudanças acontecidas no sistema literário de 1950, até o presente. Os primeiros tradutores da poesia de Prévert entre nós, Drummond e Silviano Santiago, ligam-se de uma forma' ou de outra à experiência modernista,
especialmente a um anseio caro ao modernismo de aproximação da poesia ao cotidiano, ao registro da fala prosaica. 2 Em um segundo momento, surgem os estudos acadêmicos das últimas décadas, interessados em diversas e outras questões de sua poesia 3 . Mais recentemente, na última década, vários livros de Prévert destinados a crianças conhecem elaboradas edições entre nós 4. Temos a impressão assim - é o que pretendemos verificar com nossa pesquisa - que a recepção do poeta da década de 50 até o presente percorreu três caminhos diversos: i) a primeira recepção, realizada por Drummond e por outros escritores tocados ainda por certas propostas modernistas; ii) a acolhida dos trabalhos acadêmicos nas últimas três décadas; iii) a tradução de suas obras infantis no mercado editorial contemporâneo.
RESUMINHO
O livro aproveita a estrutura dos contos clássicos para problematizar a desobediência e questionar a autoridade. Nas histórias, animais vivenciam situações de inconformismo, piedade e indignação. Ora um dromedário sente-se ofendido ao ser chamado de camelo por um palestrante, ora um jovem leão revolta-se contra o adestrador, ora um cavalo - preso em uma ilha com outros tantos cavalos passivos - clama em voz uníssona por liberdade. Fantasioso, mas ao mesmo tempo sobre o pano de fundo da realidade, o livro não poupa as crianças.
O escritor francês Jacques Prévert encampa um discurso provocativo, em histórias cujos personagens são animais. Ora um dromedário sente-se ofendido ao ser chamado de camelo, ora um jovem leão revolta-se contra o adestrador, ora um cavalo clama em voz uníssona por liberdade. Os bichos de Prévert não são como os da maioria das histórias infantis - ingênuos, politicamente corretos e obedientes. As sintéticas ilustrações de Fernando Vilela aproximam o abstrato e o figurativo, espelhando a densidade do livro e adentrando o registro das artes plásticas.
O projeto gráfico explora a linguagem de cartaz, uma referência direta a outro momento da história política francesa: Maio de 68. Um livro para crianças impossíveis ficarem ainda mais 'impossíveis', para desespero - ou orgulho - de pais e professores.
sábado, 23 de julho de 2016
O ELEFANTE MARINHO
Aquele é o elefante-marinho, mas ele não quer nem saber. Elefante-marinho ou escargot de Borgonha, isso não tem a menor diferença: ele não está nem aí para essas coisas, não faz questão de ser ninguém.
Ele está sentado de barriga pra baixo porque se sente bem desse jeito:
TODO MUNDO TEM O DIREITO DE SE SENTAR COMO QUISER.
Ele está muito contente porque o zelador lhe dá peixes, peixes vivos.
Todo dia, ele come quilos e quilos de peixes vivos, é chato para os peixes vivos, porque depois disso eles ficam mortos, mas TODO MUNDO TEM O DIREITO DE COMER COMO QUISER…
Ele come sem cerimônia, bem depressa, ao passo que o homem, quando come uma truta, primeiro a joga na água fervente e, depois de ter comido, ainda fala sobre ela durante dias, dias e anos.
“Ah, aquela truta, meu caro, lembra que delícia?!” etc, etc.
Ele, o elefante-marinho, apenas come. Ele tem um olhinho muito bom, mas quando está com raiva, o nariz dele, em forma de tromba, se dilata e dá medo em todo mundo.
O tratador cuida muito bem dele….Mas nunca se sabe o que pode acontecer….
Se todos os bichos se zangassem, a história seria bem diferente.
Imaginem vocês agora o seguinte, meus pequenos amigos: o exército de elefantes da terra e do mar chegando em Paris. Que confusão…
O elefante-marinho só saber comer peixe, mas isso é uma coisa que ele sabe fazer muito bem. Antigamente, parece que havia elefantes-marinhos que faziam malabarismos com cristaleiras mas não dá para saber se é verdade…ninguém quer emprestar a cristaleira!
A cristaleira poderia cair, o vidro poderia quebrar, gerando despesas; o homem gosta dos animais, mas prefere seus móveis…
… Quando ninguém incomoda o elefante-marinho, ele fica feliz como um rei; muito mais feliz do que um rei, porque pode sentar de barriga pra baixo quando bem entender, enquanto o rei, mesmo no trono, está sempre sobre o próprio traseiro.
FERNANDO VILELA - O ILUSTRADOR
Artista plástico, escritor, ilustrador e educador, Fernando
trabalha com gravura, pintura e fotografia, e expõe com freqüência seus
trabalhos de arte no Brasil e no exterior. Participou mostras em importantes
instituições culturais brasileiras como a Pinacoteca do Estado de São Paulo, o Centro
Cultural São Paulo, o Santander Cultural (Porto Alegre), o Museu de Arte
Contemporânea entre outras.
No exterior já expôs na Bélgica, França, Estados
Unidos e México. Como autor e ilustrador já publicou em sete países e já
ilustrou mais de 60 livros para crianças e jovens dentre os quais treze são de
sua autoria. Dentre os livros escritos e ilustrados por ele destacam-se Lampião e Lancelote (Cosac Naify, 2006)
que recebeu 2 prêmios jabuti no Brasil e a Menção Novos Horizontes do Prêmio
Internacional do Salão Jovem de Bolonha em 2007.
Graduado em Artes Plásticas pela
UNICAMP e Mestre em Artes pela ECA-USP
atualmente ministra cursos, oficinas e palestras sobre arte e ilustração.
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